O PROCESSO POLÍTICO DEMOCRÁTICO13 mar, 2017 em Aulas por Monica Herman Caggiano Faça o download do arquivo: O Processo Político Democrático – Programa
OUVIR À SOCIEDADE13 mar, 2017 em Artigos / Cláudio Lembo por Cláudio Lembo O déficit de participação política impõe o exercício da democracia direta. O que somos? Muitos pensadores procuraram interpretar o Brasil. A maioria deles de origem abastada ou, então, marcados por ideologias. Poucos avançaram pela realidade contemporânea. Sempre examinaram, de acordo com a época em que viviam, uma sociedade rural. Esta se dissolveu nas grandes cidades que marcam o mapa nacional em todos os quadrantes. Este crescimento doentio de nossas cidades tornou-as desumanas. Sem dimensão humana. Um macabro conflito entre as regiões consolidadas e as em ebulição – marcadas pela pobreza – apontam para uma doença endêmica. A miséria e a riqueza não podem conviver harmonicamente. Excluem-se e confrontam-se inevitavelmente. Se este confronto não for físico – a mera agressão, o furto ou o roubo – torna-se psicológico. Os dois polos produzem curto-circuito. É inevitável. Exatamente isto que se dá, hoje, por todo o território nacional. Vidas antagônicas se desenvolvem lado-a-lado. Nas pequenas comunidades do passado, encontravam-se presentes autoridades definidas: o juiz, o padre e o delegado. Hoje, nos grandes centros, estas personagens se apagaram. Já representam pouco. O juiz fala uma linguagem inacessível às pessoas comuns. O padre sofre a concorrência de outras figuras religiosas. O delegado, proletarizado, apenas procura sobreviver. Se tanto não bastasse, a televisão mostra-se avassaladora na invasão das mentes. Uma fábrica de malefícios. Viver, em uma sociedade desestruturada como a nossa, é tarefa heroica. Não sem motivo o aumento dia-a-dia do número de deprimidos e insatisfeitos. Para coroar todo este panorama, ainda temos pela frente uma classe política, na maioria de seus membros, perversa. Só pensam em seus próprios interesses pessoais e de sua clã. O povo pouco importa. As angústias sociais não atingem os políticos. O Legislativo é composto de bons “palanqueiros”, interessados em preservar “boquinhas”. Jamais pensam na sociedade como um todo. O Judiciário – ah! o Judiciário – tornou-se o gerador de ideias esdrúxulas. Acompanhar uma sessão do Supremo Tribunal Federal é conhecer novidades exóticas. Urgentemente, precisa-se de soluções para o cotidiano nacional. Racionalizar os serviços públicos. Vigiar os políticos. Ouvir o eleitorado por meio da democracia direta. A representação popular – o avoengo mandato parlamentar – esta esgotado. Tornou-se um ônus para a sociedade. Há um déficit de participação cidadã. É preciso que as conclusões parlamentares – nos casos de grande repercussão – sejam levados à população para decisão final. Há assuntos que interessam ao cotidiano de cada um e, por isso, devem ser resolvidos individualmente. Assim se obterá a vontade da coletividade. Não dá para esperar muito mais. A tragédia bate às nossas portas. Só não vê quem não tem olhos de ver. Na Era Digital é estúpido postergar a aplicação da democracia direta. Com efetiva participação, a sociedade se tornará mais consciente e os políticos mais vigiados. Dá para romper a letargia. É só querer.