fevereiro | 2020 | CEPES
Nas livrarias, nos dias de hoje, encontram-se dezenas de livros procurando entender o momento político nos diversos países ocidentais.
Afligem-se com o que chamam de onda populista. Acreditam que a democracia corre riscos.
Falham em suas análises. Esquecem o fundamental.
A democracia permite a presença de todos os segmentos sociais nos escaninhos do Poder.
Não são os iluminados dos gabinetes que atingem os postos do comando.
Ao contrário, por meio do voto, os mais vinculados aos valores médios da sociedade, vencem e assumem o mando.
A linguagem simples e direta, compreendida por qualquer do povo, é arma utilizada.
Ora, se falar de maneira corriqueira e trivial deve ser considerado populismo, devemos admitir que ser populista fala a linguagem popular.
Ou seja, o falar cotidiano do povo. Isto é ótimo.
A linguagem rebuscada e acadêmica deve permanecer em ambientes fechados.
A sociedade arejada quer conhecer o que pensam seus líderes.
Deseja captar a linguagem dos dirigentes, que deve ser simples e direta.
Tolice dizer-se que a democracia corre perigo.
O regime democrático permite a presença dos mais diversos setores da sociedade no poder.
É o que acontece por toda a parte onde se instalou a democracia.
Por meio de pleitos diretos, são escolhidos os que possuem maior amalgama com o eleitor.
É elitista e falsa a argumentação em sentido contrária.
Ela vem integrada por um ranço aristocrático superado.
Não corre risco a democracia.
Correm perigo as mentes malsãs.
Estas vêm fragilidades em toda participação espontânea dos políticos.
Falar a linguagem do cotidiano não é pejorativo.
Ao contrário, demonstra que a democracia atingiu todas as áreas.
Bom que a linguagem, torna-se compreensiva a todos os eleitores.
Já não há espaço para os velhos discursos lidos e redigidos por assessores.
A democracia contemporânea exige vinculação direta e imediata entre o político e a sociedade.
Os livros críticos ao atual momento político são muitos. Merecem ser lidos.
Porém, o leitor atento constatará que a origem é a academia.
Esta nem sempre conta com sabor popular.
Os acadêmicos vivem em suas torres de marfim.
Esquecem os grotões que formam as mais diversas sociedades.
Ouça-se os políticos dos mais diversos partidos e se perceberá, de pronto, quem tem ligação verbal com os interlocutores.
A linguagem rebuscada, avoenga, ficou para o passado.
No presente, venceu a democracia e esta exige simplicidade em atos e palavras.