Anomia: Sentimento de extrema ansiedade e medo resultante da experiência de ausência de normas sociais efetivas, muitas vezes produzida durante períodos de rápida mudança social.
(Giddens)
A sociedade brasileira não sabe o que quer?
Ou sabe o que quer e não consegue interpretes para a sua vontade?
Estas interrogações se colocam quando se observa o panorama político contemporâneo.
Há poucos meses, as praças e ruas se apresentavam intensamente contra a governante de então, Dilma Rousseff.
Pouco tempo passou e, hoje, as mesmas ruas e praças se encontram lotadas pela cidadania contrária o governo de Temer.
O que querem os brasileiros?
Exatamente demonstram o que não desejam.
Nem a esquerda hipócrita, repleta de larápios, muito menos a direita integrada por aproveitadores de cargos públicos.
O que se conclui, em exame superficial, é que o sistema político-partidário esgotou-se.
Os partidos políticos existentes – trinta e cinco – não representam os anseios atuais da sociedade.
As lideranças políticas são arremedos de personalidades públicas.
Verdadeiros farsantes em defesa de interesses subalternos.
Só uma ampla reforma política poderá retirar o País da pasmaceira em que se encontra.
As farsas burlescas têm tempo de duração.
Esgotam-se rapidamente e o seu lugar é tomado pela tragédia.
Se quiserem evitar o pior – a tragédia – é tempo de agir.
Ouvir a sociedade por intermédio dos mecanismos da democracia direta.
A representação popular, imaginada para conter as vontades emergentes da sociedade, esgotou-se.
Precisa, antes de seu revigoramento, ser reelaborada.
Só uma ampla reforma constitucional poderá gerar novo sentimento de boa conveniência social entre as muitas parcelas da cidadania.
Uma nova visão do sistema partidário é essencial.
Não se pode formar partidos indiscriminadamente.
O eleitorado passivo – os candidatos – não devem surgir cinicamente da exaltação da ignorância.
O menos qualificado é o mais exaltado.
O populismo primitivo e predador tomou conta da política nas democracias.
Veja-se o caso Trump nos Estados Unidos.
Os piores conquistam espaços e avançam despudoramente para ocupar funções que agem sobre toda a sociedade.
Os riscos desta contingência são claros.
Podemos chegar a um estágio de anomia social.
Esta é concebida como uma ruptura na estrutura social.
Grupos se digladiam na busca de seus valores e não conseguem impô-los.
Surge, então, anomia.
A ausência de normas de condutas ou o afastamento das até então existentes.
Viver em sociedade, então, torna-se impraticável.
Cada um sente-se senhor de tudo e de todos.
Há o desrespeito dos mais singelos princípios de convivência.
Os brasileiros precisam urgentemente agir para evitar o pior.
Consulte-se o povo sobre uma série de mudanças imprescindíveis para vida política e para a preservação dos valores profundos da sociedade.
Sem intermediários.
No exercício pleno da democracia direta.
Chega de representação popular deformada.
O defesa dos interesses paroquiais e pessoais cansaram a grande coletividade nacional.
É preciso agir contra presteza.
Em momentos como o atual, Hobbes está sempre a espreita.
Cabe aos verdadeiros democratas afastar os riscos de todas as formas de autoritarismo.