JORNADA DE REFLEXÃO


Aproxima-se momento fundamental da campanha eleitoral de 2014. Em breve começa o horário eleitoral. Os políticos venderam a alma ao diabo por uns poucos segundos de rádio e televisão.

 

As mais espúrias alianças se concretizaram. A mais nítida posição de esquerda uniu-se ao mais corrupto dos políticos. Todo o eleitorado acompanhou as peripécias da ausência de princípios.

 

Um verdadeiro pandemônio de imagens está prestes a ser exibido. A mais criativa das pessoas seria incapaz de imaginar situações tão bizarras. É assim a política brasileira.

 

O governante irresponsável ou o candidato neófito lançarão suas mensagens sem qualquer pudor. Vale tudo. Ai estão os marqueteiros para transformar todos os sonhos em imagens.

 

Só imagens, porque a realidade não se altera. Só o trabalho e a perseverança de muitos podem exigir dos políticos compostura. Estes são bajulados por seus acólitos.

 

Sentem-se deuses e se imaginam capazes de tudo, particularmente de captar as consciências dos eleitores. Enganam-se. A cada dia que passa o eleitor torna-se mais exigente e observador.

 

Já é capaz de diferenciar o peralvilho do cidadão probo. A democracia praticada de maneira contínua educa. Forma a cidadania. Gera exigências. Muda comportamentos.

 

Os eleitores de muitos pleitos podem dar seu testemunho. Hoje não há ingênua adesão a qualquer dos partidos, como acontecia anos atrás. Não há mais a diferença entre santos e pecadores.

 

Hoje, temos apenas cidadãos em busca de um cargo eletivo. Partidos expondo – de maneira muito rudimentar – seus programas. Nenhuma vibração doentia. Apenas análises equilibradas.

 

Os candidatos, sempre isolados dos eleitores, ainda não se aperceberam desta nova realidade. Pensam que tudo continua com dantes no quartel de Abrantes.

 

Ledo engano. Houve momentos em que os militares tornaram-se culpados de todas as mazelas da sociedade. Depois, uns poucos, vestidos de macacões, se elevaram a detentores de toda a pureza nativa.

 

Agora, constata-se que não existem verdades absolutas em política. Tudo é relativo. A liberdade é espaço vital para se criar uma efetiva consciência cívica.

 

Com a preservação da liberdade, nenhum cidadão deixou de conhecer a cada figurante da cena político-partidária. Sabe-se quem tem efetivo interesse social.

 

Ou então, aqueles que apenas querem transformar a militância política em um balcão de negócios. Sem qualquer traço de bom caráter. De dedicação efetiva a causa pública.

 

Em momentos como o presente, é bom rever a História política da América Latina. Sempre se apresentou como espaço de dominação dos poderosos contra os humildes.

 

As ditaduras – financiadas externamente – mantiveram as populações submetidas à situação de desconforto físico e social. Todos os países desta América conheceram ditaduras sanguinolentas.

 

Em conseqüência, os autores do passado demonstraram um inequívoco propósito de lutar pela salvação pública. Entre estes escritores há um, no Equador, que passou sua vida combatendo o autoritarismo.

 

Dele, Juan Montalvo, são as mais expressivas páginas contra os desmandos governamentais de seu País. Lutou contra clérigos tridentinos. Afrontou presidentes usurpadores.

 

Deixou enorme obra política. Nesta, recolhe-se uma frase a ser meditada pelo eleitor brasileiro, antes de depositar seu voto em outubro:

 

“Hombre sin buenos costumbres no puede gobernar”.

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