Supo que las primeiras gentes de la Tierra habian bajado del cielo, y conocían el lenguage de los animales, los arboles, el viento y las aguas …*
Os recentes episódios populares verificados no Chile mereceram as mais variadas analises pelos observadores.
A maioria culpou o neoliberalismo aplicado pelos governos daquele País, após a queda de Allende, o presidente adepto de visões a esquerda.
É verdade.
As diferenças sociais tornaram-se flagrantes na sociedade chilena.
Os “sem teto”ocupam espaços nos parques de Santiago e demais cidades.
A miséria extrema é visível nos arredores dos centros urbanos.
Só não viam a realidade os ocupantes do Palácio de La Moneda, sede do governo do Chile.
Realmente, o custo de vida tornou-se asfixiante no País andino.
Tudo muito elevado.
Da alimentação aos serviços básicos de subsistência.
A má distribuição da riqueza criou polos geradores de animosidade.
Os partidos políticos desgastados.
As figuras públicas enfraquecidas.
A Corte Constitucional conflitando com tribunais inferiores por questões meramente formais.
Enquanto nos altos escalões desfilam tolas questões, o povo dana-se nos desvãos da cordilheira andina.
Fácil , pois, captar as causas próximas da chegada de milhões de pessoas às ruas e avenidas das cidades chilenas.
O desconforto causado por causas econômicas.
Há, no entanto, um causa remota nos acontecimentos.
Esta não foi objeto de análise pelos observadores.
O Chile conta com um contingente populacional irridente.
Jamais se entregou aos conquistadores espanhóis.
Sempre os combateu.
Estes lutadores indômitos permanecem no espirito profundo do povo chileno.
Trata-se dos mapuches.
Habitantes do sul do Continente mantiveram sua tempera através dos tempos.
Lutaram pela preservação de seus costumes.
Não suportaram jamais o jugo dos conquistadores.
Os mapuches são a alma chilena “mestiza”.
Indômita.
Nas multidões presentes nas vias públicas de todas as cidades chilenas, aqui e ali, viam-se bandeiras Walmapu.
Tremulavam junto com as bandeiras oficiais do Chile.
Indicavam a alma profunda do povo presente.
Registram os historiadores grandes manifestações populares ocorridas na História do Chile.
Apontam os anos de 1888, 1905, 1949, 1957 e 1988 como datas destes acontecimentos.
Em todos eles, o espirito mapuche esteve presente.
Vieram do Arauco, lá das bandas do sul.
Estenderam sua tempera por toda a parte.
Possuem a luta como rito de vida.
Não se dobram.
Por vezes, parecem adormecidos.
De repente, surpreendem os dominadores e demonstram sua força invulgar.
Como narra a história avoenga:
“ los españoles vestidos d índios y los índios vestidos de españoles, estos, sujetos y esclavos, obedecendo a los índios, como a sus señores y los índios mandando como amo y dueños”
Repetiu-se a história.
O governo – leia-se Sebastián Piñera – perdeu os atributos solenes.
O povo, nas ruas, assumiu as funções superiores.
Os mapuches presentes.
A soberania popular, em sua essência, apresentou-se.
Graças as melhores tradições mapuches.
Os indomáveis.
Referências.
Bengoa, José – Historia de los antigos mapuchesdelsur – Catalonia – 2007 – Santiago
Baeza, Rafael Sagredo – Historia Mínima de Chile – El Colegio de Mexico – 2014 – Mexico
La Tercera – 26 de outubro de 2019- Santiago
*Chao Kalfu – O senhor de cor azul – Lenda mapuche