Na ciclotimia própria da política, um novo modismo surge no noticiário.
O ingresso, às claras, do “mercado” de maneira direta no jogo político.
Empresários criam partidos.
Personalidades mostram-se propensas a incentivar a concretização de fundos de financiamento eleitoral.
Querem investir (sic) em futuros representantes do povo.
Ou seja, os representantes do povo serão representantes tão e exclusivamente do capital.
Isto é, dos financiadores de campanhas.
O povo que se lixe.
Alguém poderá argumentar que será melhor.
Não se darão os financiamentos ocultos, tais como se constata nas ações penais em curso no Rio de Janeiro e Curitiba.
A compra de consciências será a céu aberto.
Nada de conventilhos.
Nada de contas secretas.
Tudo arejado e confortável, dirá o falso moralista.
Na verdade, estamos longe da política partidária imaginada em outras épocas.
Facções em luta por ideais.
Pensamentos definidos:
Direita,Esquerda e Centro.
Todos, dentro em breve, só terão um símbolo: o cifrão, ou mais precisamente este: $.
Oportuno que todos os segmentos sociais ingressassem na arena política.
Com paridade de armas, porém.
Parece não ser este o futuro.
Preocupa.
No passado, um presidente já disse:
“ Nosso governo está desde alguns anos sobre o controle dos chefes de grandes sociedades anônimas ligadas a interesses particulares”.
prosseguia o mesmo presidente,
“… (isto)tem efeitos de grande alcance na existência de qualquer habitante, pois impõe situações injustas …”.*
Este presidente dirigiu a mais pujante sociedade do Ocidente.
Conheceu por dentro a dominação do capital.
O Brasil, só agora, está vendo as entranhas do mau uso do dinheiro em campanhas.
Verá, no futuro, a legalização da aquisição de consciências no novo mercado: o da política.
Uma lástima.