QUATRO DE JULHO


Poucos irão se lembrar do significado da data de hoje: quatro de julho. Apenas uma segunda-feira a mais no fluir do tempo. Não é, porém, tão simples assim para quem tem memória.

Esta segunda feira – quatro de julho – é data nacional dos Estados Unidos da América. Em 1776, neste dia, era declarada a independência do país por treze das colônias que, inicialmente, romperam com a metrópole, a Inglaterra.

A Guerra da Independência norte-americana conta com inúmeros acontecimentos heróicos e determinantes na formação do espírito nacional dos Estados Unidos.

Este espírito nacional começou a ser forjado com a chegada dos primeiros colonos, na costa Leste, imbuídos do sentimento de atingirem um ideal religioso.

Os princípios da Reforma religiosa, que integravam a bagagem dos pioneiros, já em si, apontavam para o que os americanos consideram o destino manifesto de sua sociedade.

A idéia de destino manifesto foi se aprimorando com o passar dos anos e forjou-se em sofrimentos e conflitos fratricidas extremamente violentos entre as colônias e a metrópole.

A final os americanos, com a chegada da imigração oriunda de outros países, formam um estado nacional forte e com profundo destemor. Conceberam doutrinas – a Monroe, por exemplo – que se tornaram instrumento de dominação.

Simplificando: os Estados Unidos estiveram sempre em conflitos por todas as partes do planeta. Conquistaram territórios e os anexaram à União. Foram a terras remotas lutar por ideais, nem sempre esclarecidos.

Combateram o comunismo e, assim, permitiram a muitas sociedades que se livrassem de regimes totalitários. Evitaram, deste modo, a violência contra os direitos da pessoa em muitas partes.

A história dos Estados Unidos, portanto, é repleta de episódios enobrecedores e, por vezes, amargos em virtude dos processos utilizados para atingir seus objetivos.

No interior do seu território, os Estados Unidos propiciaram uma série de experiências extremamente bem sucedidas. A integração entre as múltiplas etnias que compõem a nação.

A possibilidade de êxito pessoal conferida a seus nacionais e mesmo aos estrangeiros que chegam a seu território. Todos estes são traços merecedores de forte conotação.

Esta sociedade não apresenta defeitos? Certamente inúmeros. A adoção de um consumismo sem limites fere as sensibilidades mais apuradas. Uma burocracia – particularmente a policial – com fortes traços autoritários integram sua máquina administrativa.

É este ponto que cabe sublinhar, quando se comemora mais uma vez a data nacional dos Estados Unidos. Os olhos do observador isento não pode deixar de se lançar sobre o episódio WikiLeaks.

A violação dos arquivos do Departamento de Estado trouxe à tona uma série de informações enviadas pelos agentes diplomáticos norte-americanos para a sede em Washington.

Lamentável. Muitos diplomatas mostraram-se, em suas informações, bisbilhoteiros. Não se preocuparam com fatos objetivos. Ao contrário, ingressaram no cenário da subjetividade e lançaram equivocados juízos de valores de natureza pessoal.

Os dirigentes dos muitos países atingidos pelas inconfidências do WikiLeaks se encontram frustrados pelo grau de pobreza constante dos informes.

Um país tão poderoso e que foi capaz de obter inúmeras conquistas precisa melhor aparelhar sua burocracia diplomática. Caso contrário, poucos terão confiança em manter um diálogo com um membro da diplomacia dos Estados Unidos.

Dia de aniversário é data de comemoração e de reflexão sobre o passado remoto e recente. É tempo de entender que a indigência de determinados atos só levam a descrença.

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