O MESTRE TEM RAZÃO?


Impressionante a calmaria das ruas no decorrer da paralização dos transportes rodoviários.

A sociedade se encontra em profunda letargia.

Não sente nada.

Em seu mais profundo inconsciente, uma certa alegria.

Aqueles que viram a queda do governo de sua predileção, gozam com o espetáculo de fragilidade e caos.

Os outros, os apoiadores da queda, encontram-se frustrados.

Desejavam o melhor.

Encontraram o que esta aí.

Uma desgraça só.

Sem imaginar, os caminhoneiros, individuais ou as empresas transportadoras, propiciaram ao povo brasileiro uma catarse inesperada.

No interior, desta catarse constatam que todas as correntes de pensamento possuem um liame em comum.

Desejam viver em um país respeitável.

Um país, governado por personalidades investigadas pela polícia, perde a respeitabilidade e a confiança da cidadania.

Exatamente o que acontece no Brasil.

Perdeu-se a confiança nos governantes.

Confúcio, o sábio chinês, indagado por um discípulo, deu a resposta integralmente coetânea com o momento brasileiro atual.

Perguntou o discípulo a Confúcio:

Se um povo carecesse de armas, alimentos ou confiança de seus governantes, o que faria o Mestre.

Este respondeu que um povo pode viver sem armas e alimentos.

Não pode, porém, jamais perder a confiança em seus governantes.

Perplexo, o discípulo argumentou:

Um povo sem alimentos morre.

É verdade, respondeu Confúcio, e completou:

Um povo que perde a confiança em seus governantes fenece, respondeu o sábio.

Somos terminais cívicos?

A resposta cada um dará por si.

A aparência é que sim.

print