MÍDIA E REALIDADE


Congress shall make no law …

abriding the freedom of speech, or the press…

 

 

Interrogações invadem as mentes.

Episódios nativos e, com imensa intensidade, externos geram perplexidade.

O cotidiano nacional exaure-se em más notícias.

Rebeliões em presídios. Queda de aviões. Descalabros administrativos.

Em terras norte-americanas, assusta a presença de um presidente fora dos padrões do politicamente correto.

Como observadores, os meios de comunicação mostram-se perplexos.

Acostumados a passividade costumeira dos interlocutores, passam a ser contestados.

Desde sempre, os veículos de comunicação tiveram duas vertentes de comportamento.

Difundem os acontecimentos e oferecem a própria visão.

Esta deve ser recebida como um dogma.

Aos leitores, ouvintes ou telespectadores cabe,simplesmente, pois, receber a aparente verdade exposta pelo comunicador.

Ao indagado, na maioria das oportunidades, não se concede espaço para expor seu próprio pensamento.

Os conflitos, entre administradores públicos e veículos de comunicação, estende-se por muitos séculos.

Ou melhor, desde a invenção da arte de imprimir pelo velho Gutenberg.

O poeta John Milton mostrou-se pioneiro em defender a liberdade de informar.

Sua obra, Areopagítica, registra os conflitos entre o pensamento e sua expressão no curto período republicano na Inglaterra.

De maneira muito especial, nos Estados Unidos, o tema sempre esteve presente.

Adquiriu contornos especiais.

Estes contornos especiais derivaram-se da Emenda n. 1 da Constituição americana.

Cantado em verso e prosa, o artigo 1º da Emenda n.1 enfaticamente registra a liberdade de palavra ou de imprensa como valor fundamental.

Isto levou a uma situação paradoxal.

Ou governante – por inúmeras formas – torna-se bem querido pela mídia ou transforma-se no bode expiatório de todos os pecados.

Tem-se agora, porém, nos Estados Unidos, uma novidade.

O presidente empossado – Donald Trump – não  utiliza qualquer subterfúgio para conflitar com os meios de comunicação.

Sem intermediários, expõe suas opiniões sobre os diversos meios de comunicação.

Responde direta e rudemente perguntas de jornalistas.

É inusitado.

Quanto durará esta forma de comunicação do novo presidente americano?

Como esta maneira de agir será entendida eventualmente pelos tribunais em face a Emenda n.1?

Muita polêmica gerará o incomum comportamento de Trump.

É pouco provável que ele consiga alterar costumes e valores sedimentados na sociedade estadunidense.

O inevitável conflito que se anuncia terá repercussão por toda a parte.

Basta aguardar.

Aqui, nos trópicos,  a perplexidade toma corpo.

Tudo de mal acontece.

Avião particular mergulha na Baia de Paraty.

Ministro do Supremo Tribunal Federal morre.

O fato deve  merecer dos meios de comunicação  exemplar acompanhamento.

Todos os pormenores do acidente e suas motivações devem ser esmiuçadas e analisados.

Uma das onze personalidades mais importantes da República é engolida pelas águas oceânicas.

Muitas perguntas se colocam por parte da cidadania.

A vida e os costumes de um ministro influem sobe os costumes e a vida de milhões.

Mais acentuadamente quando o morto era figura central do maior escândalo de corrupção da República.

A má informação – ou ausência de análise das entrelinhas – causará grande prejuízo à respeitabilidade dos informantes.

Aguardam-se os próximo ciclos.

Aqui e lá nos Estados Unidos.

Prometem emoções.

Ou ainda maiores decepções.

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