A POLÍTICA E SUAS FALÁCIAS


A política é espaço de mutação perene.

Nada é estático em política.

Sua ação se desenvolve no cenário social.

Este é de constante variação.

São múltiplas as variáveis que incidem sobre a ação política.

Os acontecimentos econômicos.

Os costumes em mudança acelerada.

Os desejos individuais e coletivos.

E um sem número de outros fatores.

Neste cenário de infinitas situações, os estudiosos conceberam instituições.

Buscaram conferir espaços de solidez em campo movediço.

Atingiram muitas vezes seus objetivos.

Em momento dramático, quando os impulsos revolucionários levaram ao rompimento de bases sólidas antes consolidadas, explodiram novas figuras jurídicas, no campo da política.

Aí esta, presente em todos os povos, a representação popular.

Por ela, um determinado cidadão recebe de seus iguais poderes para agir com extensos limites.

É o mandato livre, segundo os autores que tratam do tema.

Sua formulação se deu nos contornos da Revolução Francesa.

Sua adoção e propagação foi plena.

Não encontrou contestação.

A boa doutrina e a melhor prática impõe o mandato livre, dizem os especialistas.

Grande falácia.

Hoje, nossos parlamentares – aqui e por toda a parte – são titulares de mandatos imperativos ocultos.

Recebem determinações de seus financiadores.

Cada deputado representa o interesse de pessoas ou grupos.

Jamais do povo como um todo.

Uns representam o agro negócio.

Outros a indústria em seus variados setores.

Muitos os bancos e o mercado financeiro.

Alguns os segmentos religiosos.

E assim infinitamente.

Só não possui representação o detentor da soberania: o povo.

O povo confere mandatos livres e, por passe de mágica ( ou de pecúnia) estes se tornam imperativos.

Vive-se, pois, com os atuais contornos da representação dita livre, uma grande mentira.

Aqui, uma constatação, na política,  e em seus institutos, encontram ficções jurídicas aceitas por inércia.

O povo, no passado, deferiu a terceiros sua soberania e foi fraudada por mandatários inescrupulosos.

Examinem a composição de nossas Casas Legislativas e encontrarão representantes dos mais variados setores.

Falta a autêntica representação popular.

O povo tornou-se escravo de seus mandatários.

Algozes da soberania popular.

 

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