ESPECULADORES FINANCEIROS, UMA PRAGA


Mais um país ingressa na zona da crise. Agora é a Hungria, apesar das últimas negativas. A União Européia passa por um período de provações. Antes foram discursos e promessa para o futuro.

Tudo parecia propício para uma caminhada repleta de sucessos. Os acontecimentos mostram o contrário. Os lideres europeus foram presunçosos e não atinaram para as condições econômicas e financeiras.

Pouco se preocuparam com as despesas de seus Estados. Pareciam tomados por um sentimento de grandeza incomensurável. Tudo podiam. Lançavam-se nas mais estranhas atividades.

Os europeus sempre se deram ao esporte de ironizar os sul-americanos. Acreditavam-se superiores aos demais povos, especialmente os instalados nesta América meridional.

Estes, contudo, apesar de alguns dirigentes marcados por heróis do passado, têm aplicados políticas competentes aos seus países, de maneira particular os dirigentes brasileiros.

A par, contudo, das crises dos erários públicos, os povos da Europa, como de todos os demais continentes, têm sido vítimas diretas de especuladores financeiros.

Os chamados agentes do mercado agem com uma desenvoltura sem limites. Fazem o que querem. Criam institutos absolutamente fictícios para alavancar seus lucros.

Os governantes temem enfrentar esta corrente de geradores de lucros artificiais. Eles dominam os meios de comunicação e circulam com grande desenvoltura no mundo da política.

Superam os eventuais limites impostos pelas leis nacionais. Não conhecem – o pretende não conhecer – as normas de cada país. Podem tudo. Atuam como bem entende e na exata medida de seus interesses.

Daí a importância do movimento surgido em vários países, especialmente nos Estados Unidos, de se fixarem normas mais vigorosas e limitadoras das atividades dos especuladores.

De há muito se fala nos cassinos financeiros espalhados pelo mundo. Eles permitem que pessoas desabusadas façam o que bem desejam com as poupanças individuais de milhões de pessoas.

Já é hora dos organismos financeiros internacionais erguerem barreiras contra os maliciosos e temerários. Não se pode permitir que alguns poucos possam afligir as pessoas honestas e colocar em risco suas poupanças.

O capitalismo suporta-se sobre a confiança. Este valor fundamental para o exercício das práticas do capitalismo é que esta merecendo repulsa por parte dos especuladores.

Na campanha correspondente à eleição presidencial de outubro próximo este é um tema central. No entanto, até o momento, não mereceu atenção dos candidatos.

Ficam rodando em torno do corriqueiro e esquecem o essencial. Sem um capitalismo responsável não serão atingidos os objetivos da nacionalidade.

As leis brasileiras, regulamentadores do sistema financeiro, são mais rígidas que de outras partes, mas, mesmo assim, aqui e ali se vê dirigentes bancários aproveitando-se de seus altos postos de observação.

Há tempo ainda. Todos querem saber o que pensam os candidatos a respeito dos riscos do mercado financeiro, algumas vezes gerados por aproveitadores inconsequentes.

Já é tempo de se criar organismos internacionais rígidos para fiscalizar a ação dos especuladores. O governo brasileiro, ousado em determinadas atitudes, poderia assumir a liderança desta causa.

Só encontraria opositores entre os condutores da má vida financeira. As pessoas sensatas o apoiariam. O Brasil desde o Século passado elaborou mecanismos sensíveis de acompanhamento do mercado e de seus operadores.

Tem, pois, o que oferecer. Uma legislação de qualidade e organismos de acompanhamento qualificados. É o que falta a muitos países, especialmente os da Europa.

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