O BRASIL DE DILMA


Os sucessos da semana foram inúmeros. Em todos os campos. A sensibilidade da cidadania foi alcançada por situações repletas de emotividade.

No cenário econômico, as incertezas de uma moeda instável e da elevação dos índices inflacionários. Tudo recheado por aumento de imposto sobre automóveis importados fora dos parâmetros legais.

A estes fatos se acresce os rumores vindos do exterior sobre a eventual mudança de controle acionário de grande conglomerado que opera no Brasil. Boatos por todos os lados.

É de deixar o observador isento pleno de interrogações. Repleto de inquietações. Estas em grau de conformidade com sua posição nos espaços sociais. Quanto mais rico, mais preocupado.

No interior desta semana, um fato positivo, porém. Foi o discurso da Presidenta Dilma na Assembleia-Geral das Nações Unidas. Com ponderação, mas apresentando firmeza, ela disse o que pensa e o que quer o País.

É raro um discurso de abertura – sempre proferido pelo Brasil – contar com uma assistência expressiva. Os membros das múltiplas delegações preferem conversar nos corredores a ouvir o mesmo de sempre.

Esta vez foi diferente. Dilma, a primeira mulher a ocupar a tribuna na abertura dos trabalhos, era esperada. Todos queriam conhecê-la e saber o que pensava a mandatária dos brasileiros.

Deu certo. A presidente colocou angustiantes problemas, que afligem a todos os habitantes do planeta, no momento vestibular da 66ª Assembleia-Geral das Nações Unidas.

Tratou da crise econômica e demonstrou que nações ricas não podem se isolar e imaginar que tudo resolvem a revelia das demais. Estas devem ser ouvidas e podem colaborar eficientemente.

Ingressou, em termos de política internacional, no dramático tema que aflige palestinos e sensibiliza israelenses: a criação de um Estado Palestino, assunto que preocupa a todos, inclusive expressivo número de intelectuais e pensadores do Estado de Israel.

O discurso de Dilma foi coerente com a política externa adotada pelo Brasil e expressamente definida em sua Constituição Federal, ou seja, o comando do princípio da autodeterminação dos povos.

Os muitos observadores dos atos governamentais não encontraram motivo de críticas à exposição da presidente. Raro momento de bom senso.

Ainda no campo político – agora na paisagem interna – muitos assistiram à sessão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que iniciou a análise do pedido de registro do Partido Social Democrático, o PSD.

A televisão do Poder Judiciário, seguramente, na última quinta-feira (22), teve alto índice de audiência, o que demonstra o acerto de sua implantação pelo ministro Marco Aurélio Mello.

Não se pode viver em uma democracia se não existir transparência plena dos trabalhos dos três poderes. O Judiciário sempre se mostrou refratário à luz dos refletores.

Um erro. A cidadania deseja saber o que ocorre nas cortes de Justiça e a televisão é instrumento perfeitamente talhado para esta missão. Toda vez que tema importante vai à pauta, a audiência dos teleouvintes da TV da Justiça aumenta.

Agora, aguarda-se o prosseguimento do julgamento do pleito dos fundadores do PSD e a nova sessão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) responderá, mais uma vez, por elevado índice de audiência.

A democracia, repleta de bons exemplos, mostra-se capaz de conviver com os instrumentos contemporâneos de comunicação de maneira plena. Sem bloqueios, conseguiu evitar o monopólio da informação.

Sem ingênuos ufanismos, há motivos para se vibrar com as conquistas obtidas no exercício das liberdades e prática da democracia.

Só os tacanhos enxergam só sombras. São incapazes de conviver com a luz da verdade e os espaços concedidos a todos os segmentos sociais. Vão aprender e em pouco tempo.

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