ACREDITAR É PRECISO


Um novo ano.

Esperanças renascem.

Bom ser assim.

As pessoas vivem de expectativas.

Esperam sempre o melhor.

É o que permite a todos se manterem vivos.

Acreditar e voltar a acreditar.

Os ciclos contínuos da existência.

Sofreram muito os brasileiros nos últimos anos.

Desemprego.

Ausência de perspectivas.

Moralidade pública pervertida.

Má administração.

Ausência de projetos.

Futuro sombrio.

Basta!

Declararam os brasileiros.

Usaram poderosa arma.

A menos inodora.

A mais eficaz.

O voto.

Tão simples.

Um apertar de botões.

Mudam-se personalidades.

Horizontes.

Trajetórias.

Os brasileiros acolhem muitos defeitos.

É certo.

Um, porém, não possuem.

A busca de soluções pela violência.

Sem violência trilharam pelo socialismo tropical.

Com tranquilidade, retornaram ao liberalismo.

Sensatez.

Nada de extremos.

Foge-se ao risco total.

Jamais nada igual à Revolução Francesa.

Muito menos à Guerra da Independência dos Estados Unidos.

Longe de nós os pogroms nazistas.

Os êxodos para os gulags soviéticos.

Decidimos com equilíbrio.

Muito bom senso.

Pode parecer enfadonho.

Preservar a pessoa humana, porém, é essencial.

Esta a missão superior dos governos.

Espera-se:

permaneça, no Brasil, a conduta de equilíbrio,

nos próximos quatro anos.

Vale para a oposição, indispensável no sadio jogo político.

Também para a situação.

Esta deverá se demonstrar capaz e sensata.

A ambas – situação e oposição– caberá preservar as tradições de povo  amante da  paz.

Evitar o rancor.

Procurar à solidariedade.

Manter a liberdade.

Solidificar os direitos das pessoas.

Assistir os três poderes da República agindo em  harmonia.

O Judiciário efetivamente imparcial.

O Executivo eficiente.

O Legislativo produtivo.

É o que se espera.

Para a busca do bem comum.

Só os tolos pregam o pior.

A cizânia não prospera entre os brasileiros.

É de nossa História.

Basta esperar.

E se constatará.

Ainda uma vez.

Os brasileiros operam a política com sabedoria.

Lição para todos os povos.

 

 

 

 

Referência.

Casimiro de Abreu – Canção do Exílio – Poesias Completas – Saraiva- São Paulo – 1954.

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