DIGNIDADE HUMANA VIOLADA


Tudo se desfez na atualidade.

Os valores morais lançados fora.

Nada importa.

Respeitabilidades construídas ao longo de uma longa existência não importam.

A honra pessoal de terceiros nada vale.

Pode ser impunimente delapidada.

Ainda porque a honra não é conceito que importa a muitos das novas gerações.

No passado, a honra de uma pessoa era patrimônio imaterial que compunha sua personalidade.

Hoje, pouco vale.

No consumismo sem limites, que invadiu as vidas públicas e privadas, pouco importa a dignidade da pessoa.

Violar imagens das pessoas tornou-se esporte nacional.

Consomem-se pessoas como se fossem velas.

Não fogem – lamentavelmente – destas regras os meios de comunicação, particularmente os televisivos.

Entre eles, parece existir um liame que liga as redações.

O  erro de uma é indistintamente seguido pelas demais.

É o erro coletivo.

Nada de análise.

De exame profundo.

Cabe expor qualquer informação, sem qualquer exame crítico.

Com plena ausência de conhecimento das situações jurídicas.

Nesta loucura coletiva, personagens que mantem vidas íntegras, no cenário público, são expostas  com outras de duvidosa moralidade, sem qualquer escrúpulo.

Tratadas da mesma maneira. Com os mesmos adjetivos e idênticas interjeições.

Não pode ser assim.

A milênios, aprendeu-se a necessidade de se separar o joio do trigo.

Aqui parece que velhas lições não importam.

No Brasil tudo é joio.

Não é bem assim.

Se análises isentas forem feitas, irão constatar que há muito bom trigo, inclusive na política, apesar das aparências em contrário.

Algumas redações deveriam ser mais cuidadosas, quando lidam com quem ainda tem honra a preservar, como nos velhos e bons tempos.

É bom lembrar:

… a liberdade é a marca do nosso nascimento, da nossa existência. O autocontrole é a medida de nossa maturidade.

 

 

 

 

Referências:

Martin Wolf – Financial Time, 8.2.2006 – pg. 13. In Cláudio Lembo. A Pessoa seus Direitos. Manole – Barueri – São Paulo – 2006.

print