LIÇÕES DA CAMPANHA


Chegou-se à semana final deste primeiro turno da campanha eleitoral de 2014. Foi uma campanha com contornos relevantes e repetições do passado.

 

É relevante realçar a liberdade de movimentos dos candidatos dos mais diversos partidos. Nem à esquerda e muito menos a direita sentiram-se cerceadas durante o período eleitoral.

 

Nenhuma agressão física aos representantes dos partidos e a seus adeptos. Tudo na mais plena harmonia, como deve ser em uma democracia consolidada.

 

O povo – entendido como a imensa maioria da população – manteve-se atencioso e silencioso. Nada de grandes comícios. Longe de qualquer passeata expressiva.

 

Constatou-se, contudo, desde logo, a presença dos grandes interesses econômicos. Estes sem escrúpulos imiscuíram-se na formação da vontade política da sociedade.

 

Não defendiam conquistas sociais e muito menos a busca de uma sociedade mais equilibrada. Apenas desejavam maior espaço para a ampliação de seu domínio sobre a sociedade.

 

Foi uma bem orquestrada campanha de difamação e desgaste de imagens respeitáveis. Todos os dias uma chusma de posições pessimistas. Gerou-se um estado de depressão social.

 

Este movimento atingiu de frente a chamada classe média. Sempre sensível, ela demonstrou mais uma vez atônita com os avanços sociais.

Estes, porém, além uma obrigação de todos, afastam do cenário social perigosos conflitos.

 

O erro maior, neste processo político, praticou a burguesia financeira. Acostumada a ouvir as lições dos países centrais, é incapaz de captar os anseios da sociedade local.

 

Houve tempo em que os empresários financeiros ficavam à distância do jogo político. Agiam entre luzes. Jamais na luminosidade de uma campanha eleitoral.

 

Este ano, ao contrário, ingressaram diretamente no jogo eleitoral e, sem qualquer escrúpulo, adjetivaram pessoas e políticas sociais. É uma atitude inusitada.

 

No passado, quando isto ocorreu, o que seu deu raramente, os resultados foram negativos. A moeda exige de seus operadores um grande respeito pelas opiniões diversas.

 

O operador financeiro é o garantidor da normalidade e da segurança dos fluxos monetários. Apesar de participar da cidadania em posto privilegiado, sua atitude deve ser, por isto mesmo, respeitosa e sensata.

 

Na hipótese de querer participar efetivamente das atividades político-partidárias, deve se retirar dos altos postos que ocupa e descer para a planície, onde se encontram todos os mortais.

 

Não se pode a um só tempo exercer o poder financeiro e o poder político. É poder excessivo. Este asfixiaria a coletividade. O povo – entendido como a grande maioria da sociedade – logo se apercebeu deste fenonemo.

 

Reagiu, como demonstram as pesquisas, de maneira soberana, sensata e cioso de seus espaços. É uma lição deixada pela campanha de 2014. Não

deve ser esquecida e merece estudo profundo por parte de todos.

 

Cada um em seu espaço. A entropia leva ao descrédito.

print