CUIDADO, PERIGO A VISTA!


Urna EleitoralA campanha eleitoral começou. As primeiras convenções partidárias são realizadas.

Os candidatos dos partidos às eleições municipais são escolhidos pelos convencionais.

Quem serão os escolhidos em cada um dos trinta e cinco partidos existentes?

Uma enormidade. Há agremiações para todos os gostos.

As diferenças ideológicas são mínimas. A regra é a plena semelhança entre as normas estatutárias e os programas partidários.

Por que, então, tantos partidos?

Um erro que deve ser debitado ao Supremo Tribunal Federal.

Os parlamentares elaboraram norma capaz de cercear a existência de um sem número de partidos.

De conformidade com o bom senso e a legislação comparada, elaboraram diploma legal que introduziu, no sistema legislativo, a cláusula de barreira.

Os partidos deveriam ter metas eleitorais a conquistar sob pena de ficarem fora do jogo eleitoral.

Os ministros do Supremo, fundamentados em um hipotético direito das minorias, consideraram a cláusula inconstitucional.

Deram início a um descalabro político.

Hoje é mais fácil criar um partido político do que organizar uma empresa.

Com uma agravante, o empresário precisa trabalhar e obter resultados. Contar com capital.

Os partidos políticos não precisam conquistar triunfos eleitorais e – sem qualquer esforço – recebem parcela do Fundo Partidário.

Uma verdadeira farsa.

Ora, além desta situação esdruxula – ganho sem trabalho – o partido, isento de obrigações tributárias – tem monopólio das candidaturas.

Só uma agremiação partidária pode lançar candidato a posto eletivo.

As escolhas destes candidatos se realiza por convenções dominadas pelos “donos” dos partidos.

Conduzem os trabalhos convencionais de acordo com seus interesses  pessoais, nem sempre dignos de respeito.

Aqui o perigo a vista.

Não estará o crime organizado dominando a direção de alguns partidos políticos?

Descuidadas como sempre, as autoridades nacionais vão deixar acontecer para depois agir.

Será tarde.

Ao nosso lado, a Colômbia já conheceu o domínio das agremiações pelo narcotráfico.

Não foi fácil alterar o rumo dos acontecimentos.

Duras alterações se realizaram, naquele país, na legislação e firmes foram as decisões do Judiciário colombiano.

A nossa Polícia Federal, sempre tão mediática, estará atenta a este perigo?

E o Ministério Público, acompanha o desenvolvimento dos episódios pré-eleitorais?

A Justiça Eleitoral, que foi munida com a Lei da Ficha Limpa, poderá, se provocada, atuar nesse cenário com a presença da má-vida?

São indagações que se colocam.

Pelos antecedentes de nossa historia eleitoral, iremos ver o pior acontecer para, depois, todos se mostrarem atuantes.

Esperar de alguns partidos uma atuação ética é o mesmo que aguardar uma chuva no deserto.

Vamos morrer de sede moral. É só esperar.

A Lava-Jato já demonstrou o que é o crime organizado no grande empresariado em conjunto com executivos públicos em conluio com políticos desonestos.

Temos que esperar por novos episódios deste drama inoportuno para a sociedade?

Com a resposta, as autoridades.

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